Uma nova descoberta revela que a África está no centro de um fenômeno geológico de proporções monumentais: a possível formação de um novo oceano.
O que parecia uma ocorrência de milhões de anos no futuro pode estar mais próximo do que imaginávamos.
Um novo oceano na África?
Cynthia Ebinger, uma geocientista da Universidade de Tulane, tem dedicado décadas ao estudo das dinâmicas tectônicas na região de Afar, local onde três placas tectônicas — a Somaliana, a Africana e a Arábica — convergem.
Este ponto de encontro tectônico agora indica sinais de que uma expansão oceânica está prestes a ocorrer.
Em 2005, a área foi sacudida por 420 terremotos em um único mês, um claro indicativo de mudanças substanciais em camadas mais profundas do solo da região.
Tais eventos abriram uma fenda de 60 quilômetros, lançando cinzas vulcânicas e destacando o potencial de um canal oceânico emergente.
A fenda, no deserto da Etiópia, poderia ser o prelúdio de uma divisão continental que redefiniria a geografia da região.
Novo oceano surgirá a partir da movimentação das placas tectônicas – Imagem: Prof. J. R. Rowland, Universidade de Auckland/BBC/Reprodução
Ebinger e outros cientistas, incluindo Atalay Ayele da Universidade de Addis Ababa, na Etiópia, monitoram de perto essa fenda.
Eles utilizam modelos em 3D para estudar as ações geológicas, revelando novas formações nas crostas que sugerem a aceleração desse processo.
A geocientista, já com mais de 16 mil citações em artigos acadêmicos, traz uma perspectiva aprofundada sobre o impacto de um único ponto quente que modelou o vulcanismo ao longo de milhões de anos na África Oriental.
Os resultados dos estudos são fundamentais, não só para entender como outro oceano pode surgir, mas também para preparar a humanidade para responder a futuras catástrofes naturais.
Ebinger propõe que, embora estejamos falando de um evento a longo prazo, alterações significativas poderiam acontecer em menos de um milhão de anos, desafiando as previsões anteriores.
Enquanto isso, a comunidade científica segue analisando os dados sísmicos e as taxas de movimento tectônico.
A Arábica se distancia 2,5 centímetros por ano da África, um ritmo que, embora pareça lento, é decisivo para os contornos futuros da geografia terrestre.
Com informações do site G1.