Em 1939, o austríaco Joseph Schumpeter, criador da Teoria do Desenvolvimento Econômico, defendia que “as rupturas nos paradigmas tradicionais em relação a produtos, processos ou mercados ajudam a desencadear os ciclos de crescimento da economia”. Setenta anos se passaram e o termo “inovação”, tão discutido na esfera da macroeconomia, foi alçado para a lista de atribuições dos principais executivos, mais especificamente, dos líderes de TI.
A importância da inovação ganha mais relevância se levarmos em conta o recente ambiente de crise econômica pela qual passou o mundo e que gerou nos profissionais da área a necessidade da reflexão e da provocação para o novo.
Com foco na geração sustentável de valor através da integração da gestão empresarial com a TI, a Vetta Technologies se especializou em oferecer soluções e consultoria para o mercado corporativo. Não é difícil concluir que a inovação se tornou para a empresa matéria-prima na consolidação de uma maior eficiência e resultados positivos
“Nossas práticas promovem aumento de produtividade, redução de custos, diferenciação e otimização dos negócios de nossos clientes frente a um mercado altamente competitivo e global. Queremos propor novas abordagens aos clientes e nada progride se não tivermos consciência da importância da inovação neste desafio”, afirma o Chief Technical Officer – CTO da Vetta, Ricardo Giacomin.
Para o executivo, em um momento como o atual, empresas precisam produzir e criar novas formas de gerar valor aos clientes. O grande contraponto que se percebe, no entanto, é que muitas empresas da área de TI apresentam deficiências operacionais na busca pela inovação.
Recente pesquisa mundial, realizada pela consultoria Delloite, mostra que dos 450 profissionais de TI consultados, 31% afirmaram que a inovação acontece apenas acidentalmente nas empresas. Somente 14% afirmaram que suas organizações contam com políticas corporativas claras para o estímulo a inovação.
Por trás destes números, está a precaução das empresas de TI em apostar em novas estratégias em um momento econômico não muito favorável. “Inovar é assumir riscos”, afirma o mestre em Engenharia de Produção e coordenador do curso Gestão da Inovação em Empresas no Ietec, Luiz Castanheira Polignano, que contraria a análise dos pessimistas é afirma:
“O momento é bom para investir, desenhar e implantar projetos, desde que as empresas de TI tenham planejamentos bem definidos, priorizados e riscos mitigados. Isto implica em entender bem duas disciplinas: Gerenciamento de Portfólio e Gestão de Riscos”.
O que deve ser levado em conta pelas empresas de TI é que o risco pode ser maior ou menor, dependendo do tipo de inovação. De acordo com Polignano, isto dependerá do nível de informação gerencial, mercadológica e tecnológica que os gestores possuem.
Exemplo de inovação
“Para uma empresa se diferenciar, só inovação tecnológica não basta”, afirma Luiz Rubião, presidente da Chemtech, empresa considerada a mais inovadora do país em 2009, de acordo com o levantamento publicado pela revista Época Negócios. Para ele, a inovação só poderá ser efetiva se vier acompanhada de uma gestão eficiente de pessoas, de um ambiente favorável à criação, acompanhada de investimentos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento.
A Chemtech atua em projetos de inteligência de engenharia e gestão. Possui escritórios no Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre e Salvador. No início da década de 90, a empresa entrou no mercado de TI através do desenvolvimento de softwares de gestão e controle da produção para a CSN. Em 2000, a empresa apostou no mercado de óleo e gás. Em 2001, a Siemens adquiriu 15% da companhia. Hoje, a empresa possui faturamento de R$ 200 milhões e 1,2 mil funcionários.
Em 2007, surgia a área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D;) da Chemtech com um papel bem definido: fomentar a rede de inovação, apostar na propriedade intelectual e colaborar na criação de novos serviços. Hoje a empresa possui parcerias com institutos como o Finep e universidades nacionais e internacionais. De acordo com Rubião, 6% do seu faturamento é direcionado à pesquisas.
A Chemtech é autora de algumas descobertas que resultaram em patentes mundiais, como o processo de Split-feed – um sistema que faz a separação das moléculas de água do etanol de forma menos onerosa, reduzindo o consumo de energia (vapor) no processo. “Não trabalhamos para fazer patentes da Chemtech, mas, sim, para criar soluções para os clientes”, diz Rubião. “O que ocorre é que, nessas soluções, a Chemtech acaba fazendo descobertas que são patenteadas pelos clientes.”
Suporte para inovar
Apoiar o empreendedorismo sempre foi um dos pilares de atuação da Fumsoft – Sociedade Mineira de Software por meio da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica em Informática – INSOFT BH, da qual é gestora. A Fumsft é uma entidade sem fins lucrativos criada em 1992 para atuar na criação, capacitação, qualificação e fomento de empreendedores e organizações produtoras de software. Durante esse tempo, a instituição também se desenvolveu e, hoje, oferece um variado leque de benefícios para as empresas associadas, nas áreas de Empreendedorismo, Qualidade, Trabalho Cooperado, Exportação, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Como agente descentralizado do Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime), a FUMSOFT foi uma das instituições com maior número de empresas classificadas no Brasil. Criado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Prime tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento de empresas nascentes inovadoras, criando condições financeiras favoráveis para que elas possam enfrentar com sucesso os principais desafios de seus estágios iniciais de crescimento.
Com o Prime, novas empresas terão a oportunidade de se desenvolverem de forma mais segura, com o aporte de R$ 120 mil em recursos não-reembolsáveis, que devem ser usados para solucionar as carências gerenciais e mercadológicas dos empreendedores.
Por seu trabalho de disseminação da cultura da inovação nas micro e pequenas empresas de Software de Belo Horizonte e Região Metropolitana, a FUMSOFT – Sociedade Mineira de Software conquistou o 2º Lugar no Prêmio Finep de Inovação 2008, Região Sudeste, na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia.
A candidatura da instituição foi baseada nos resultados dos últimos três anos de atuação no estímulo à criação de novas empresas de base tecnológica, por meio do programa de empreendedorismo Insoft-BH; na qualificação e certificação de empresas de software; e na difusão de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D;&I;) no mercado de TI pelo seu Centro Integrado de Negócios (Cine), colocando as empresas no caminho da inovação e do desenvolvimento de produtos de maior valor agregado. Tudo isso, tendo por pano de fundo a filosofia de fazer junto com as empresas, motivando-as a investirem em P&D;&I.;
Em três anos, o Cine captou cerca de R$ 10 milhões, referente a aproximadamente 40 projetos aprovados, beneficiando mais de 40 empresas na capital. Não é à toa que o programa foi eleito no ano passado o Melhor Case de Sucesso pelo Sebrae Nacional, numa concorrência com outros 77 casos do Brasil.