A icônica imagem de Jack e Rose na proa do Titanic, eternizada pelo cinema, evoca sentimentos de liberdade e esperança. Contudo, a realidade do verdadeiro Titanic é bem diferente.
Desde a fatídica noite de 14 de abril de 1912, o transatlântico jaz no fundo do oceano, lentamente sendo consumido pelo tempo e pela natureza. Nos dias atuais, o Titanic sofre com a ação voraz de bactérias, corroendo sua estrutura de aço.
Essa deterioração, resultado de mais de um século submerso, é acelerada pela Halomonas titanicae, uma bactéria praticamente exclusiva daquele ambiente, que se alimenta do ferro do navio.
Com o passar dos anos, a majestosa embarcação se transforma em um campo de ruínas, marcado por estalactites de ferrugem.
Situação do Titanic hoje, no fundo do oceano – Imagem: Wallpappers.com/reprodução
Bactérias que estão destruindo o Titanic
Nos destroços do Titanic, as correntes marítimas e as bactérias formam um cenário de destruição contínua.
As correntes, embora não tão intensas quanto na superfície, ajudam a carregar detritos e aumentar a corrosão. As partes icônicas do navio, como a proa, já mostram sinais de desintegração.
Além disso, as correntes podem enterrar seções do navio antes de se desintegrarem completamente. Com o tempo, outros locais históricos, como a grande escadaria e a sala Marconi, podem desaparecer.
A pressão e do peso no fundo do oceano
A pressão avassaladora no fundo do mar, cerca de 40 MPa, equivalente a 390 vezes a pressão atmosférica, é outro fator que exerce um efeito esmagador sobre o Titanic.
O peso de suas 52 mil toneladas de aço causa rachaduras e desmoronamentos constantes. Com isso, cada missão de submersíveis revela as mudanças dramáticas ocorridas ao longo dos anos.
Pedaços do convés colapsam regularmente, como o teto da cabine do capitão, que recentemente cedeu. Por tudo isso, a questão não é mais “se” o Titanic sucumbirá completamente, mas quando isso ocorrerá, dificultando explorações futuras.
Um ecossistema único e a persistência do tempo
Curiosamente, o Titanic se tornou um ecossistema singular nas profundezas do oceano. À medida que o ferro do navio se dissolve, ele alimenta uma variedade de organismos marinhos. Esse fenômeno, no entanto, não durará indefinidamente.
Pesquisadores preveem que a proa do Titanic perderá suas últimas placas de aço em 280 a 420 anos. As grades já começaram a desaparecer, e o restante seguirá o mesmo destino. Eventualmente, apenas restos de óxido de ferro e fragmentos de porcelana permanecerão no leito marinho.