A viagem espacial sempre foi um sonho para muitos. Só de imaginar poder ver o planeta de um ponto de vista que poucos veem, muitas pessoas vibram. Entretanto, as condições no espaço desafiam o corpo humano de maneiras que muitos nem imaginam.
Butch Wilmore e Suni Williams experimentaram esses desafios ao passar nove meses no espaço, um período muito além do planejado. Afinal, originalmente a missão deveria durar apenas uma semana.
No entanto, problemas técnicos estenderam seu tempo na Estação Espacial Internacional (ISS), obrigando-os a lidar com as consequências físicas dessa prolongada permanência.
A volta à Terra
No último dia 18 de março, a Crew Dragon da SpaceX finalmente trouxe Wilmore, Williams, Nick Hague e Aleksandr Gorbunov de volta à Terra.
Ao chegar à Flórida, eles foram recebidos com entusiasmo. Mas apesar dos sorrisos, os astronautas precisariam de um período significativo para recuperar completamente suas capacidades físicas.
Butch Wilmore e Suni Williams dentro do módulo que os trouxe à Terra – Imagem: NASA/reprodução
Alterações no corpo durante o espaço
Em ambientes de microgravidade, como o da ISS, os músculos e os ossos sofrem grande impacto.
Sem a resistência da gravidade, a força muscular e a densidade óssea diminuem. Os astronautas, portanto, realizam exercícios diários, mas ainda enfrentam perdas significativas.
No espaço, o coração e os vasos sanguíneos trabalham menos para bombear sangue. Isso provoca um enfraquecimento gradual do sistema cardiovascular, exigindo preparação física rigorosa antes do voo e programas intensivos de recuperação ao retornar à Terra.
Outras mudanças corporais
No espaço, a distribuição de fluidos corporais muda, levando a inchaços visíveis no rosto. Isso pode causar alterações na visão e no sistema vestibular. Por isso, sintomas como tontura são comuns nos primeiros dias de volta à Terra.
Por tudo isso, Wilmore e Williams agora enfrentam um rigoroso processo de reabilitação. Recuperar a massa muscular pode levar meses, enquanto a densidade óssea pode levar anos para retornar ao normal.
As mudanças sutis e permanentes nos ossos são um lembrete das complexidades das viagens espaciais prolongadas.
A experiência de Wilmore e Williams destaca a resiliência e a determinação dos exploradores espaciais. Ao mesmo tempo, enfatiza a necessidade de pesquisas contínuas sobre os efeitos do espaço no corpo humano.
Isso é essencial para preparar futuras gerações de astronautas para missões ainda mais longas e distantes. Os desafios são muitos, mas o espírito de descoberta continua a impulsionar a humanidade para novas fronteiras.