Milhões de pessoas usam as redes sociais para se entreter no tempo livre. Nesse cenário, a percepção da própria aparência está cada vez mais influenciada por estímulos online.
O tempo excessivo em frente às telas vem gerando preocupações a respeito da autoimagem, especialmente entre jovens adultos. Este fenômeno, muitas vezes negligenciado, pode evoluir para um transtorno conhecido como dismorfia facial.
A dismorfia facial, ou Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), vai além da preocupação comum com a aparência pessoal. Estudos revelam que 80% dos indivíduos diagnosticados com TDC experimentam ideação suicida, enquanto 24% a 28% chegam a tentar suicídio.
A psiquiatra Katharine Phillips ressalta, em citação do Olhar Digital, que pensamentos persistentes sobre falhas percebidas e o sofrimento emocional associado são indicativos do transtorno.
A dismorfia facial é um problema com a cara da modernidade – Imagem: Shutterstock/reprodução
Influência das redes sociais no desenvolvimento de TDC
A estudante Nika Motiie, de 20 anos, também citada pelo Olhar Digital, traz um triste exemplo dos impacto das redes sociais na autoimagem.
Acumulando mais de 50 mil selfies, ela busca incessantemente entender como é vista pelos outros. Este ciclo, apesar de exaustivo, reflete uma necessidade de controle sobre sua imagem percebida.
Esse tipo de comportamento surge quando a pessoa, de tanto se comparar com outras nas redes sociais, desenvolve uma concepção errada da sua própria imagem.
Cirurgias estéticas são vistas frequentemente como soluções rápidas para as insatisfações, mas não garantem satisfação.
Para exemplificar, um estudo com 50 indivíduos com TDC, 81% mostraram insatisfação após procedimentos estéticos. A dermatologista Michelle Hure indica que muitos pacientes, perfeccionistas por natureza, não alcançam sua expectativa, o que pode agravar o problema.
Como combater esse problema?
O Transtorno Dismórfico Corporal precisa ser combatido com veemência, dadas as consequências graves que pode desencadear. Algumas intervenções válidas são:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a superar pensamentos obsessivos e comportamentos repetitivos;
- Uso de medicação: em casos mais graves, auxilia no manejo dos sintomas, com orientações personalizadas.
A realidade dos filtros e da fotomanipulação
Como todos bem sabemos, a constante presença online leva as pessoas a almejarem padrões de beleza inatingíveis.
Porém, características como simetria facial perfeita ou pele impecável são frequentemente promovidas por filtros e editores de imagem poderosos como o Photoshop, o que distorce a percepção do que é realmente alcançável.
Diante disso, a conscientização sobre os efeitos das redes sociais na percepção da autoimagem é fundamental. Para quem já sofre de TDC ou outros transtornos desse escopo, buscar apoio adequado pode evitar problemas maiores.
A terapia e o uso controlado das redes podem ajudar a criar uma visão mais realista de si mesmo, promovendo saúde mental e bem-estar.
* Com informações de Olhar Digital.