Um estudo recente publicado como parte da pesquisa HUNT4 70+ sugere que profissões com elevadas exigências cognitivas durante a vida adulta podem atrasar ou até mesmo prevenir o aparecimento de comprometimento cognitivo leve (MCI) e demência na terceira idade.
Como o estudo foi conduzido?
O estudo acompanhou 7.003 indivíduos, com idades entre 69 e 104 anos, e categorizou suas profissões com base na intensidade das tarefas rotineiras (RTI), um índice que mede as demandas cognitivas ocupacionais.
Os pesquisadores dividiram os participantes em quatro grupos com base em seus históricos de exigências cognitivas ocupacionais, variando de baixa a alta intensidade.
Os resultados indicaram que aqueles que estiveram envolvidos em ocupações com baixas demandas cognitivas apresentaram riscos significativamente maiores de desenvolver MCI (comprometimento cognitivo leve) e demência após os 70 anos.
Trabalhe mais a mente e proteja-se na velhice – Imagem: Science Photo Library/Canva Pro
Especificamente, o grupo com alta RTI (trabalhos menos estimulantes cognitivamente) teve um risco relativo 1,74 vezes maior de desenvolver MCI e 1,37 vezes maior de desenvolver demência em comparação com o grupo de baixa RTI (trabalhos mais estimulantes).
Este estudo destaca a importância de escolher profissões que desafiam o cérebro durante as décadas dos 30 aos 60 anos de vida, oferecendo potencialmente proteção contra o declínio cognitivo mais adiante.
O acompanhamento desses indivíduos desde os anos 80 proporcionou aos pesquisadores uma base sólida de dados para ajustar os resultados, considerando idade, gênero, educação e diversos fatores de saúde.
Isso porque, em 2024, estima-se que 6,9 milhões de americanos com 65 anos ou mais estejam vivendo com Alzheimer, um tipo de demência.
A prevalência desta condição deve aumentar significativamente, chegando a cerca de 13 milhões até 2050.
Economicamente, os custos para cuidados de saúde e assistência a longo prazo para pessoas com demência estão projetados para atingir US$ 360 bilhões em 2024 e aproximadamente US$ 1 trilhão em 2050.
A pesquisa ainda aponta para a necessidade de mais estudos para identificar quais demandas cognitivas específicas são mais benéficas para a manutenção da função cognitiva na velhice.
Com o envelhecimento da população global, entender como as atividades ocupacionais afetam a saúde mental dos idosos torna-se cada vez mais crucial.