Desde 2008, o Brasil adequou-se ao acordo ortográfico que eliminou o uso do trema, um sinal que indicava a pronúncia do “u” após “q” ou “g”. Portugal já havia abandonado essa marca diacrítica em 1945, e sua retirada gerou divergências entre especialistas no Brasil.
O trema, que sinalizava palavras como “aguentar” e “pinguim”, tornou-se obrigatório no Brasil em 1943, apenas dois anos antes de Portugal deixar de usá-lo.
A mudança buscava padronizar a ortografia entre os países lusófonos, mas causou insatisfação entre muitos linguistas brasileiros.
Polêmica do trema: por que ele sumiu?
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O Formulário Ortográfico de 1943 determinou o uso do trema no Brasil, enquanto Portugal o abandonou em 1945. A decisão recente de 2008 eliminou o sinal do português brasileiro para uniformizar a língua entre os países de língua portuguesa. O intuito é promover a internacionalização do idioma pelo mundo.
O trema informava que a letra “u” deveria ser pronunciada em palavras como “tranquilo”. Sem ele, a leitura pode se tornar mais complicada, especialmente para palavras raras ou para estrangeiros que aprendem o português.
Apesar da decisão, linguistas brasileiros, como Gladstone Chaves de Melo e Edmílson Monteiro Lopes, criticaram a abolição do trema. Para eles, a mudança dificulta a leitura e a correta pronúncia de diversas palavras, contrariando a utilidade do sinal.
- Gladstone Chaves de Melo: considerava a abolição um “absurdo”;
- Edmílson Monteiro Lopes: defendia a necessidade do trema para a pronúncia correta;
- Lúcia Fulgêncio e Mário A. Perini: apontavam que a ortografia de 1971 era superior nesse aspecto.
Brasileiros sentem falta do trema?
Apesar das críticas, a eliminação do trema teve como objetivo facilitar a padronização linguística entre os países de Língua Portuguesa. Contudo, a adaptação exige esforço, especialmente dos estrangeiros e dos falantes que se deparam com palavras novas ou pouco usadas.
Ainda que a padronização internacional tenha prevalecido, a eliminação do trema deixou uma lacuna na ortografia brasileira. A saudade desse sinal, que facilitava a leitura e a pronúncia, é compartilhada por muitos estudiosos e falantes da língua portuguesa no Brasil.