Localizado em Pyongyang, na Coreia do Norte, o Hotel Ryugyong é uma estrutura impressionante e, ao mesmo tempo, intrigante. Com 330 metros de altura e 105 andares, o edifício é uma gigantesca pirâmide de concreto que domina o horizonte da capital norte-coreana.
No entanto, o que deveria ser um marco de modernidade e grandeza transformou-se em um projeto inacabado, que acabou tornando-se um símbolo de uma época marcada por desafios econômicos e políticos.
A história por trás do Hotel Ryugyong
Tudo começou em 1987, durante um período de intensa competição econômica e arquitetônica na Ásia. Na época, Cingapura havia anunciado o Stamford Hotel, o mais alto do continente, e a Coreia do Norte não queria ficar para trás.
Para mostrar poder e chamar a atenção internacional, foi idealizado o Ryugyong, planejado para ser o maior hotel pirâmide do mundo, com capacidade para 3 mil quartos, cinco restaurantes giratórios, além de cassinos e bares.
O governo norte-coreano apostou alto, investindo cerca de 230 milhões de dólares. O prazo inicial de conclusão era 1992, em homenagem ao aniversário de 80 anos do então líder Kim Il-sung. Entretanto, o destino do hotel mudaria drasticamente devido a problemas econômicos e uma grave crise interna.
Um projeto interrompido pela crise
Nos anos 1990, o colapso da União Soviética e a perda de apoio econômico dos países socialistas afetaram drasticamente a Coreia do Norte. Sem recursos, o ambicioso projeto foi interrompido, deixando a gigantesca estrutura de concreto sem janelas e inacabada por quase duas décadas.
O prédio, que deveria simbolizar modernidade, rapidamente passou a ser um lembrete das dificuldades econômicas que o país enfrentava.
Entre 1992 e 2008, o hotel permaneceu como uma enorme pirâmide oca, ganhando o apelido de “prédio fantasma”. Durante esse período, o governo norte-coreano chegou a remover o edifício de imagens e materiais de divulgação de Pyongyang, numa tentativa de ocultar uma obra ainda incompleta.
Simbolismo do prédio Ryugyong
Hoje, o Ryugyong é mais do que um prédio inacabado; ele representa as ambições e os desafios enfrentados pelo governo norte-coreano em uma época de grande instabilidade política e econômica.
Além disso, destaca-se como uma curiosidade arquitetônica e um recorde em altura, que ainda desperta o interesse por seu projeto monumental e por suas complexidades.
Com seus 105 andares inativos e um legado de sonhos interrompidos, o Hotel Ryugyong é um testemunho da história recente da Coreia do Norte e um lembrete das dificuldades de concretizar grandes projetos em meio a cenários de mudanças e incertezas.