A indústria nacional vive um momento singular da sua história. A busca pela maior competitividade, maior desenvolvimento tecnológico e maior oferta de produtos e serviços adequados às expectativas dos clientes caracterizam o atual momento do segmento.
Para garantir a eficiência de seus negócios, algumas empresas apostam na logística como diferencial competitivo para se manterem no mercado. Planejam e coordenam suas ações gerenciais de forma integrada: do fornecimento da matéria-prima até a certeza do perfeito atendimento ao cliente.
“As empresas passaram a entender que a logística é uma alavancador de resultados, de custos e, também, de atendimento aos clientes, contribuindo para a sua fidelização”, explica o consultor em logística e instrutor do Ietec, Roberts Reis.
Diferente do que se pensa, a logística é mais ampla que a questão do transporte de insumos e mercadorias. O montante de recursos movimentado pela área corresponde a 12% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, dos quais 7% são relativos ao transporte. O restante é dividido em 4% como gestão do estoque, um dos gargalos enfrentados pelas organizações, e 1% para a estrutura física de armazenagem.
No que se refere à gestão do estoque, é possível relacionar o bom gerenciamento da logística a um estoque eficaz. É o que afirma o analista de negócios da Sandvik Mining and Construction do Brasil, Igor Ciccone Silveira.
Responsável pelos sistemas de controle de estoque da empresa, Igor afirma que os desafios da logística brasileira ainda são muitos, porém, a área é bastante beneficiada pela TI. EDI (Eletronic Data Interchange), códigos de barras e rádio freqüência , WWS/SAP e rastreadores são alguns ds incrementos tecnológicos a favor da logística. “A TI da Sandvik trabalha em sintonia com a logística da empresa e os resultados alcançados são satisfatórios”, afirma o analista de negócios.
O impacto positivo da logística repercute também na qualidade final do produto. Determinados componentes eletrônicos, por exemplo, exigem perícia dos profissionais envolvidos no seu transporte. Neste caso, a equipe envolvida no seu deslocamento atua desde o planejamento, passando pela análise de custos da modalidade de transporte escolhida, até a condução do equipamento em si. A atuação integrada das diversas ações devem observar sempre os prazos de entrega negociados.
Desta forma, podemos considerar o gerenciamento da logística como ferramenta capaz de garantir a melhoria do nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes finais por meio de um planejamento específico.
Se a empresa não tem conseguido administrar a distribuição de seus produtos e garantir a satisfação de seu cliente, falta-lhe logística. Roberts Reis afirma que, apesar de não fazer parte direta do core business da maior parte das empresas, a logística deve ser planejada em conjunto com a elaboração de um produto ou serviço. “Quando a empresa produz e depois decide como é que vai entregar a mercadoria podemos afirmar que a sua logística está totalmente equivocada”, conclui Reis, e completa: “As empresas precisam incorporar, de forma definitiva, a logística como ferramenta estratégica para os seus negócios”.
A empresa de construção industrial Montag utiliza a logística como diferencial. O diretor administrativo e comercial, Sérgio de Oliveira, explica que a garantia de qualidade em qualquer obra está intrinsecamente ligada à disponibilidade dos equipamentos necessários. “Uma peça que não chega no momento certo pode comprometer um setor inteiro”, comenta.
O sistema adotado pela Montag, segundo Oliveira, representa ganho em eficiência, o que pode ser entendido como competitividade. “Em contratos de alguns milhões de reais, o atraso na entrega é um risco que não pode acontecer”, lembra. Enquanto o setor de planejamento faz a previsão teórica dos projetos, a logística é a área que “faz o negócio acontecer na prática”, e, por isso, deve dar as respostas operacionais mais indicadas.