Você sabia que o novo documentário true crime da Netflix, ‘O que Jennifer Fez?‘, vem causando controvérsia por um motivo bastante particular?
O título, que narra os acontecimentos sombrios em torno do caso de Jennifer Pan, uma canadense que em 2010 fingiu um assalto em casa que resultou em um crime horrível, está sendo acusado de ter imagens manipuladas por inteligência artificial.
Documentário da Netflix o centro da polêmica
A produção, que ocupa atualmente a quarta posição entre as séries mais assistidas no Brasil no serviço de streaming, teria utilizado fotos geradas por IA para retratar Jennifer de maneira ‘alegre, feliz, confiante e muito genuína’.
No entanto, segundo o site Futurism, essas imagens não são reais, apresentando várias incongruências como dentes desalinhados, orelhas deformadas e até mãos e dedos mutilados, características não condizentes com a realidade de Jennifer.
Jenny Popplewell, a escritora e diretora do documentário, monta a narrativa ao longo de cerca de 1h30 de filme, mas é essa escolha tecnológica que agora levanta questões.
As imagens com toques de IA podem ser apenas representações de Jennifer em seu cotidiano, mas o fato delas serem manipuladas adiciona uma camada de tendenciosidade à representação de sua personalidade, complicando ainda mais a percepção pública de uma pessoa já condenada e em processo de apelação.
Este possível uso de IA, longe de ser um mero detalhe técnico, entra em um debate mais amplo sobre a ética na representação de pessoas e fatos reais em documentários.
Com as possíveis implicações dessa tecnologia na indústria cinematográfica, o caso de ‘O que Jennifer Fez?’ ressalta a necessidade de diretrizes claras sobre o uso de manipulação digital, especialmente em produções que se propõem a documentar a realidade.
Enquanto isso, Jennifer Pan segue presa, com liberdade condicional possível apenas em 2040.
O documentário, atualmente disponível na Netflix, continua a atrair olhares não só pelo seu conteúdo dramático, mas pelo debate tecnológico que instiga.