A inteligência artificial (IA) tem transformado setores globais ao trazer inovações, mas também há desafios que muitas vezes são negligenciados.
Um estudo realizado pelo Washington Post em parceria com a Universidade da Califórnia evidenciou a alta demanda de água e eletricidade de chatbots como o ChatGPT. Enviar um e-mail de 100 palavras com o uso dessa tecnologia consome aproximadamente 519 ml de água e 0,14 kWh de eletricidade.
Essa realidade gera preocupações ambientais, especialmente quando se considera o número crescente de usuários dessa ferramenta diariamente.
O resfriamento dos servidores, que requer grandes quantidades de água e energia, é um dos principais responsáveis por esse consumo. Contudo, desde o século XX, há esforços para melhorar a eficiência energética na computação.
ChatGPT consome uma grande quantidade de água e eletricidade para resfriar seus servidores – Imagem: reprodução/Sergei Tokmakov/Pixabay
IA: um aliado contra as mudanças climáticas?
A atuação da IA nas mudanças climáticas é um campo promissor. A tecnologia pode apoiar práticas sustentáveis, como a agricultura de precisão, uma abordagem que otimiza o uso de insumos e desenvolve organismos resistentes a condições climáticas adversas.
Além disso, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desenvolve programas que empregam IA para prever incêndios e desmatamentos, ao analisar dados históricos para antecipar eventos futuros e suas intensidades, o que demonstra o potencial da IA em práticas de conservação ambiental.
O impacto ambiental da IA
Apesar dos avanços, a IA também possui um lado negativo em termos ambientais, sobretudo devido ao consumo energético dos data centers. Por isso, são necessários esforços para tornar esses sistemas mais sustentáveis, ao priorizar a eficiência energética e o uso de energias renováveis.
A computação de alto desempenho no Brasil é favorecida pelo acesso aos recursos naturais. No entanto, a sustentabilidade dos modelos de IA exige decisões conscientes de empresas e instituições, como considerar a eficiência energética ao adquirir novas máquinas.
No contexto global, a preocupação com a eficiência energética na computação tem crescido desde os anos 90. Evoluções tecnológicas, como o desenvolvimento de processadores mais eficientes, conseguiram reduzir o consumo desnecessário de energia.
Além disso, em países como Alemanha e Estados Unidos, o calor excedente dos equipamentos já é reutilizado, o que evidencia um uso mais inteligente dos recursos. Logo, embora o desenvolvimento tecnológico também contribua para o aquecimento global, existem ainda sinais encorajadores.