A margarina e a manteiga fazem parte da alimentação e da culinária em vários países, ao redor do mundo. Independentemente de qual opção surgiu primeiro, as duas vivem um verdadeiro embate quando se trata de saúde.
A manteiga surgiu há séculos e dominava o paladar até o século 20, quando a indústria alimentícia começou a produzir margarina, com o consenso de que havia apenas gorduras ruins para o corpo.
Ao longo do tempo, o produto passou por várias adaptações, conforme as tendências alimentícias de cada época, e até hoje segue presente no mercado, rivalizando com a manteiga.
Composição da manteiga e da margarina
Qual você consome mais: manteiga ou margarina? – Foto: Reprodução
A manteiga é feita a partir do leite aquecido e centrifugado para separar o creme lácteo. Em seguida, tal creme passa por um processo de resfriamento, no qual é agitado e o soro restante é retirado para que fique apenas a parte cremosa. Em alguns casos, acrescenta-se sal, em outros, não.
Já a margarina é feita a partir da interação entre óleo e água. Os dois itens dão origem a um produto sólido, que é acrescido de uma série de ingredientes, como corantes e emulsificantes.
No início, os fabricantes adicionavam hidrogênio à margarina, mas isso favorecia o surgimento de gorduras trans, famosas pelos riscos que elas geram à saúde, com aumento do colesterol ruim LDL e redução do colesterol bom (HDL).
O que dizem os estudos?
No decorrer do tempo, várias pesquisas foram feitas para analisar os diferentes tipos de gordura existentes e seus efeitos no corpo.
A gordura trans, por exemplo, é insaturada e pode estar ligada a uma série de problemas cardíacos.
Por outro lado, alguns experimentos chegaram a conclusões que demonstram os benefícios de alimentos ricos em certos tipos de gordura, como azeite de oliva extravirgem e nozes. Esses dois contam com gorduras poli-insaturadas.
As análises mostram que é preciso analisar bem o tipo de gordura e a quantidade dela, antes de definir se um alimento é ruim ou não para a saúde.
A orientação geral é que, no caso de gordura saturada, somente até 10% da nossa energia seja composta por ela.
Fazer essa conta, no entanto, não é uma tarefa fácil. Entre margarina e manteiga, por exemplo, é preciso levar em conta que estamos diante de um alimento ultraprocessado (margarina) e outro processado (manteiga).
Margarina x Manteiga
Os ultraprocessados, em geral, são relacionados a riscos maiores à saúde, como obesidade, problemas cardíacos e diabetes tipo 2.
Por outro lado, ainda não existem pesquisas que comparam exatamente os efeitos da manteiga e da margarina.
Além disso, ambas, geralmente, são consumidas de forma combinada, ou seja, com outros alimentos ao mesmo tempo.
Isso, além de propiciar diferentes tipos de ingestão (e, portanto, consequências para a saúde), dificulta a análise em separado.
O que se sabe é que a margarina, apesar de ultrapassada, possui alguns nutrientes importantes, como a vitamina A.
Por outro lado, as evidências científicas indicam que tais nutrientes acabam sendo anulados pelo caráter ultraprocessado do produto.
Ponderação no consumo de gorduras
A dica é tentar reduzir a presença dos dois alimentos na dieta, mas há várias controvérsias no cenário nutricional: o pão integral e os cereais matinais, por exemplo, também são ultraprocessados.
Segundo especialistas, o que importa a longo prazo são os padrões alimentares de cada pessoa.
Para uns, alimentos com menos gordura saturada, teor mais alto de gorduras poli-insaturadas e sem gorduras trans são a melhor opção. Já para outros, tudo depende da quantidade de gordura consumida.
A margarina, por exemplo, espalha melhor nos produtos do que a manteiga. Isso pode influenciar a quantidade de consumo de uma e outra.
O segredo é a ponderação, já que ambas fazem parte de uma composição nutricional, ou seja, elas são apenas uma peça do quebra-cabeça.
Com informações do site BBC Brasil.