A mandioca é um dos alimentos mais populares entre os brasileiros, especialmente quando consumida crua. No entanto, esse alimento, presente na culinária de várias partes do mundo, apresenta riscos se não for preparado de forma adequada.
Oriunda da América do Sul, a mandioca é consumida em uma escala global, com países como Nigéria, Tailândia e Indonésia líderes na produção.
No Brasil, o vegetal é amplamente utilizado em diversas receitas, mas seu consumo demanda atenção especial e conhecimento.
Mandioca tem uma história muito rica no Brasil – Imagem: Reprodução/Wikipédia
Perigo invisível da mandioca
O cianeto de hidrogênio, presente em algumas partes da mandioca, é a substância responsável por sua toxicidade. Na mandioca-brava, a concentração chega a 1.000 mg por quilo, o que exige processamento industrial para torná-la segura.
No caso da mandioca-mansa, o risco é menor, com até 20 mg de cianeto por quilo, mas ainda assim requer cozimento antes da ingestão. Por isso, é crucial nunca comer mandioca crua, o que pode ser fatal.
Consumir cianeto pode causar sintomas como náuseas, vômitos e dores de cabeça e, em casos mais graves, pode levar até mesmo à internação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mandioca é responsável por cerca de 200 mortes anuais em todo o mundo.
Origens e lenda da mandioca
Esse tubérculo, nomeado pela ciência como Manihot esculenta, é um dos alimentos mais antigos e consumidos no Brasil, com uma origem profundamente enraizada na cultura indígena da América do Sul.
O vegetal, que se tornou um pilar na alimentação de muitas comunidades, é conhecido não apenas por sua versatilidade culinária, mas por seu valor cultural e histórico.
Sua história remonta a mais de quatro mil anos, quando tribos indígenas começaram a cultivá-lo como uma importante fonte de alimento.
O nome “mandioca” origina-se do termo tupi-guarani “Mani-oca”, que significa “casa de Mani”. O nome vem da lenda que conta a história de Mani, uma menina de pele clara e cabelos loiros, filha de um pajé, que, após sua morte, deu origem a esta planta essencial.
O mito ressalta a importância espiritual e simbólica que a mandioca possui entre os povos indígenas.
De acordo com o mito tupi, após o falecimento de Mani, uma planta começou a brotar do local onde ela foi enterrada, dando origem ao nome “Mani-oca”. Essa narrativa destaca a estreita ligação entre a mandioca e as práticas culturais indígenas.
Nomes diversos
Além do título científico e do nome mandioca, esse vegetal é conhecido por outros termos em diferentes partes do país, como:
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Aipim
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Castelinha
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Macaxeira
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Mandioca
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Mandioca-amarga
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Mandioca-brava
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Mandioca-doce
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Mandioca-mansa
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Maniva
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Maniveira
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Pão-de-pobre
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Uaipi
Expansão e cultivo da mandioca
O cultivo da mandioca não se limitou à América do Sul. Com o tempo, a planta foi disseminada por todo o mundo, principalmente por intermédio de Portugal e suas colônias, especialmente na África.
Esse intercâmbio cultural e agrícola fez com que o vegetal se tornasse um alimento básico em diversas regiões do mundo.
Importância cultural
Para os povos indígenas, a mandioca é mais do que um simples alimento — ela é considerada sagrada. A farinha de mandioca, por exemplo, é frequentemente utilizada em pratos durante rituais religiosos, o que evidencia sua relevância cultural e espiritual. Tal prática reafirma a mandioca como um elemento central na identidade e nas tradições indígenas.
Ao longo dos séculos, a mandioca não apenas sustentou inúmeras populações, mas também se destacou como um símbolo de resistência e identidade cultural, assim o legado da planta continua a prosperar.
Portanto, apesar dos riscos de ingeri-la crua, o alimento ainda é muito consumido pelos brasileiros de diferentes modos e em receitas diversas. Para tanto, basta fazer o cozimento correto e nada de mal acontecerá após comer o vegetal.